Eu por mim mesma ....

Não sei amar pela metade, nunca soube, aliás, não se trata só de amor, mas de qualquer tipo de sentimento. Não sinto nada mais ou menos. Não sei sentir em doses homeopáticas. Assim desse jeito, cheia de amor e exageros. Preciso e gosto da intensidade, E se não for assim, prefiro que não seja!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As escolhas de uma vida

Geralmente gosto de eu mesma escrever os textos que posto no blog, mas tem vezes que não dá deixar de replicar o que alguém escreve. Seja porque a gente admira a pessoa e quer divulgar o seu trabalho como já fiz aqui com a minha grande amiga Aline Simplício, seja porque determinado texto tem tudo a ver com o que penso e o que sinto.

No caso desse texto tem muito das duas coisas.... Pedro Bial é um cara que admiro muito. E não me venham aqui os “antibigbrothistas” criticar o trabalho do cara, porque na minha concepção estamos falando de um grande escritor, de um gênio dos tempos atuais.

Escolhas de uma vida é um texto que deve caber para todos, mas para mim ele é especial... Quando observo como Pedro Bial retrata as escolhas da vida, compartilhando do ceticismo de Wood Allen, fico simplesmente tocada. Não há o que argumentar é a nua e crua realidade!

Mas vou parar de fazer crítica literária aqui e vou compartilhar com vocês este texto maravilhoso. Segue:

Escolhas de uma vida

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.

Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Maktub


Existem momentos na vida da gente onde acabamos nos questionando o “porquê” das coisas.
Na verdade, creio que fazemos isso a todo o momento. Numa vida tão curta, afinal quanto tempo dura nosso ciclo na Terra? No máximo um século? Isso pra quem vive “bastante”. E durante esse tempo tão curto, por quantas vezes nos deparamos com o questionamento: “Meu Deus, porque isso tinha que acontecer?” ou então: “será que se eu tivesse feito de outra forma, teria sido diferente?”.  
Acredito piamente que isso é nato do Ser Humano, faz parte de nós. Quando somos crianças as perguntas são mais simples (ou não): “Mamãe, porque o céu é azul?”, ou, “Papai, porque a chuva molha?”, “Porque o fogo queima?”, “porque a lua é branca?”, como bem retrata a música Oito Anos, da Adriana Calcanhoto..... E, por fim, vamos crescendo e mudando o teor das perguntas. Mas elas permanecem ali, existindo, talvez em numero ascentende dia após dia.
Não escapo disso. Cada momento dessa minha tão curta vida me pego pensando nesses infindáveis porquês. Por quê?
E em muitas dessas vezes acabo recorrendo ao nosso grande escritor Paulo Coelho, num livro de cabeceira chamado MAKTUB, que como todos sabem, significa “estava escrito”. E cada vez que abro em um texto desse livro consigo parar e pensar. Refletir sobre meus questionamentos e até concluir alguma coisa.
Hoje é um dia marcante na minha vida, um dia onde tenho que tomar uma decisão importante. Quem me conhece sabe bem do que se trata. Então, pela manhã, abri o tal livrinho e a história que li foi a seguinte:
O compositor Nelson Motta estava na Bahia quando resolve visitar a Mãe Menininha do Gantois. Tomou um táxi e no caminho, o chofer perdeu o freio. O carro rodopiou no meio da pista de alta velocidade, mas – além do susto – nada grave aconteceu.
Ao encontrar-se com Mãe Menininha, a primeira coisa que Nelson contou foi o quase acidente no meio do caminho.
- Existem certas coisas que já estão escritas, mas Deus dá um jeito de que passemos por elas sem nenhum problema sério. Ou seja, já fazia parte do seu destino um acidente de carro nessa altura da vida – disse ela.
- Mas, como você vê – Concluiu Mãe Menininha – Aconteceu tudo, e não aconteceu nada.
Fiquei parada em frente ao livro por vários minutos, tentando traduzir as palavras que acabara de ler. Obviamente transferi para o meu problema, ou seja, se estou passando por isso agora, é porque estava escrito no meu destino que assim fosse. Mas, na verdade, posso escapar ilesa do “acidente”, ou seja, não vai acontecer nada. No fim sobrevivemos!
Lembrei-me também de outro autor, Domingos Sabino, que diz:
“Uma vez tomada a decisão, siga em frente e esqueça por completo a outra possibilidade. Tudo sempre acaba bem no final. Se as coisas não estão bem, é porque você ainda não chegou ao final”.

Tomei forças, e estou aqui, esperando o “acidente” passar.
Que bom poder contar com grandes sábios, pessoas vividas, na busca dos nossos “porquês”... A Sabedoria de quem já viveu muito mais que nós nos ajuda a sobreviver e a enfrentar os percalços dessa tão breve vida.
MAKTUB.....

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Livro: Comer, Rezar, Amar


Esta leitura foi uma agradável surpresa. Ganhei o livro Comer, Rezar, Amar de uma pessoa muito especial, muito provavelmente porque com certeza essa pessoa sabia que eu iria me identificar muito com a história, aliás, logo em seguida pude ver na TV a apresentação desta autora. Liz Gilbert tem o dom de prender a atenção e comover, seja palestrando, seja escrevendo. Pode ser um equívoco meu, mas senti que Liz é aquele tipo de pessoa bonita em todos os sentidos. Me tornei fã desta autora, de carteirinha.
O livro Comer, Rezar, Amar consiste nas memórias da autora, que viajou por três países – Itália, Índia e Indonésia – por um ano para tentar se “reencontrar”. Com sua vida toda debilitada após um árduo processo de divórcio, sentiu que precisava de um tempo para se reestabelecer – e mais que isso, se renovar como pessoa. Decidiu rumar à Itália para aprender a sentir prazer através da comida e para aprender italiano, idioma pelo qual sempre se sentiu atraída. Na Índia se concentrou em sua espiritualidade, praticando meditação e buscando um auto-conhecimento mais profundo. Em Bali, na Indonésia, tinha a intenção inicial mais de se preparar para voltar aos Estados Unidos, mas pelas curvas do destino, encontrou o namorado de seus sonhos por lá e aprendeu não só a amar mais autenticamente, como aprendeu a se deixar ser amada.
É justamente esse tom romanceado, aparentemente natural, que atribui ao livro essa qualidade tão magnética. Parece que Liz está conversando com você. E não é só isso. A autora é de uma sensibilidade mental refinadíssima e ora nos comove com suas experiências tão bem retratadas com suas palavras, ora nos faz rir com seu aguçado senso de humor.
Se você é uma pessoa prática e objetiva e vive satisfeita com a própria vida, talvez a história do livro Comer, Rezar, Amar não lhe interesse. Por outro lado, para aqueles que tem uma cisma com essa vida, de querer entendê-la, de querer entender-se, de ansiar por refletir sobre a própria existência, e vive assolado(a) por dúvidas de todos os lados, encontrará nos relatos de Elizabeth Gilbert uma infindável sequência de grandes momentos, emoções e uma profunda busca espiritual. E se identificará profundamente com tudo, como foi o meu caso.
Foi um dos livros que li mais rapidamente. É uma experiência curiosa para quem lê com certa frequência, deparar-se ora com livros cuja leitura se arrasta e não termina nunca, ora com livros tão a ver conosco, que a leitura segue tão rápida que faz com que sintamos uma certa frustração por o livro acabar tão “rápido”.
O livro Comer, Rezar, Amar ganhou uma versão para o cinema, com Julia Roberts no papel principal.